Avó muda há muito tempo sussurra uma palavra solene, alertando a neta de que ela está em perigo - História do dia
Quando uma jovem herda uma mansão isolada após a trágica morte de seus pais, ela descobre um obscuro segredo de família que prendeu sua amada avó no silêncio. Ela sai em busca da verdade, liberando forças malignas que vão além de seus piores pesadelos.
A névoa pairava baixa, envolvendo a mansão elegante e antiga em um abraço espectral. O carro de Daisy subiu ruidosamente pela entrada, o cascalho rangendo sob os pneus. A atmosfera sombria correspondia ao peso do coração de Daisy ao aproximar-se da imponente estrutura que fora o lar da sua família durante gerações.
A mansão, cercada por um denso jardim que parecia ter retido os ecos de anos passados, era alta e digna. Quando Daisy saiu do carro, a névoa fria agarrou-se a ela como uma mortalha fantasmagórica, acrescentando um ar de melancolia ao regresso a casa.
Daisy aproximou-se da porta da frente, hesitando antes de rodar a chave na fechadura. A pesada porta se abriu, revelando um hall de entrada que parecia suspirar com o peso dos anos. Um perfume familiar, uma mistura de madeira velha e memórias desbotadas, envolveu-a.
"Senhorita Daisy, bem-vinda de volta", disse a Sra. Collins, a governanta, saindo habilmente de uma alcova.
"Obrigada, Sra. Collins", respondeu Daisy, sua voz ecoando suavemente na entrada cavernosa. "A vovó está?"
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A Sra. Collins acenou. “Mas devo avisá-la, ela está muito frágil desde o derrame recentemente”, explicou ela. “Ela está basicamente presa à cadeira de rodas e mudamos seu quarto para baixo, ao lado da sala de estar, onde ela passa a maior parte do dia.”
"Ok, obrigada, Sra. Collins. Eu sei que esta pode ser uma pergunta boba, mas ela ainda não fala?" Daisy perguntou.
"Querida", respondeu a Sra. Collins, "como você sabe, ela não fala uma palavra desde há 12 anos e nada mudou."
"Eu entendo, Sra. Collins. Temos muito o que conversar, gostaria que ela pudesse falar."
"Claro, minha querida. Não tenha pressa com tudo", respondeu a Sra. Collins. "E, querida, permita-me dizer o quanto sinto muito por sua perda. Seus pais eram muito queridos por todos nós. Eu os amava como uma família. Este é um momento difícil e estou aqui para ajudar no que puder. Vá ver sua avó. Em breve trarei um chá e um jantar leve.
A Sra. Collins conduziu Daisy por um labirinto de corredores. Chegaram à sala de estar, onde a avó de Daisy, Edith, estava sentada à janela, numa cadeira motorizada de encosto alto.
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"Edith, Daisy está aqui", anunciou a Sra. Collins antes de deixar as mulheres em uma reunião tranquila.
Embora nublados pela idade, os olhos de Edith brilharam ao ver Daisy. Daisy aproximou-se dela, puxou uma cadeira para perto e Edith estendeu a mão num movimento frade, mas gracioso. As duas se deram as mãos em comunhão silenciosa, palavras desnecessárias na familiaridade do parentesco.
"Como você está, vovó?" Daisy perguntou, quebrando o silêncio.
Edith respondeu com um sorriso terno. A sala voltou ao silêncio, o tique-taque de um relógio de pêndulo era a única trilha sonora para a conversa franca entre avó e neta.
Os pensamentos de Daisy voltaram-se para a recente tragédia que a trouxera de volta a este lugar. A morte prematura de seus pais em um acidente de avião particular a deixou órfã e sobrecarregada com os bens da família.
“Vovó, nunca esperei herdar a mansão assim”, admitiu Daisy.
Edith estendeu a mão, apertando suavemente a de Daisy.
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Edith fechou e abriu os olhos num gesto simples e tranquilo de compreensão e simpatia. De repente, para surpresa de Daisy, os velhos lábios da avó pareceram mover-se.
Daisy inclinou-se para frente, surpresa. "Avó!" ela exclamou: "Você acabou de dizer alguma coisa?" Daisy recostou-se e observou Edith com atenção. O rosto de Edith ficou inexpressivo por um momento, mas então seus olhos brilharam intensamente e seus lábios tremeram de esforço.
Daisy se inclinou novamente. Quase num sussurro, uma única palavra escapou dos lábios de Edith: “Aegis”, ela disse asperamente, levantando um dedo como se estivesse em alerta. Daisy olhou nos olhos da avó em estado de choque.
"O que você disse, vovó?" Ela perguntou. A expressão no rosto de Edith enervou Daisy, mas tão rapidamente como apareceu, desapareceu e Edith fechou os olhos, a cabeça pendendo para o lado.
"Avó?" Daisy perguntou, apertando suavemente a mão que segurava. Não houve mais resposta; Edith parecia ter caído num sono profundo.
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Daisy caminhou pelos corredores e, encontrando a Sra. Collins na cozinha, disse-lhe que Edith havia adormecido. "Ela faz isso", a Sra. Collins a tranquilizou. "Não se preocupe, querida, ela vai estar bem. Vou dar uma olhada nela em breve e levar algo para ela comer. Agora, você come aqui", ela continuou, indicando a deliciosa pasta de pão caseiro. e queijo na enorme mesa comunitária.
Enquanto comia, Daisy olhou para cima e, através de uma janela salpicada de gotas de chuva, no fundo do jardim, divisou a silhueta curvada de uma figura escura e imóvel que parecia estar olhando para ela através da escuridão.
Um arrepio a percorreu, semelhante ao que a palavra dos lábios de Edith lhe tinha causado. Ela pulou de horror. Desviou o olhar, esperando encontrar a Sra. Collins de volta com ela, e quando olhou novamente pela janela, a aparição tinha sumido.
***
Depois de uma noite quase sem dormir e cheia de pesadelos, Daisy acordou cedo e vagou pelos corredores da mansão sem rumo depois de verificar como estava Edith - que dormia profundamente.
Sua inquietação a levou ao sótão – um lugar repleto de relíquias esquecidas de gerações passadas. As escadas gemiam sob ela enquanto ela subia, o ar ficando mais denso com o cheiro da antiguidade.
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Os dedos de Daisy roçaram bugigangas esquecidas e roupas comidas pelas traças até pousarem num lençol empoeirado que cobria uma pintura antiga num cavalete. Com mãos cuidadosas, ela o revelou, e o que viu a gelou profundamente.
Renderizada com pinceladas amadoras, mas confiantes, a imagem surreal que surgiu foi a de uma jovem sem rosto, de mãos dadas com um homem muito alto, envolto em uma mortalha escura, também sem rosto. Eles pareciam estar em uma espécie de jardim de flores - talvez rosas, retratadas em toques de rosa desbotado.
Arrepios percorreram a espinha de Daisy enquanto ela estudava o retrato fantasmagórico, tentando entendê-lo. Procurou um nome nos cantos inferiores, como muitas vezes se espera numa pintura, mas não encontrou nada.
Quem são essas pessoas? Daisy sussurrou para si mesma. Ela embrulhou a foto no lençol e colocou-a com medo debaixo do braço, virando-se para sair.
Um movimento chamou sua atenção na escuridão; aquilo era uma sombra caindo no chão além da porta do sótão? E então ela ouviu o súbito rangido da escada, como se estivesse sob peso, e a sombra recuou rapidamente.
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O coração de Daisy bateu furiosamente e ela ficou parada por um longo momento, observando quaisquer outros movimentos e ouvindo sons. Quando nada aconteceu, ela retirou-se cautelosamente do sótão, com a pintura misteriosa nas mãos.
Mais tarde, quando a avó já estava acordada, tomando um pequeno café da manhã na sala, Daisy aproximou-se com cuidado. "Vovó", ela arriscou, "preciso lhe mostrar uma coisa", disse ela, colocando o pacote na mesa de jantar.
No momento em que descobriu a coisa, Edith gemeu de horror, levantando as mãos e fechando os olhos com firmeza.
"O que foi, vovó?" Daisy cutucou. "É você na foto — a garotinha? Quem é o homem?" ela pressionou, sua curiosidade misturada com uma sensação de mau presságio.
As mãos de Edith começaram a se mover, mas ela manteve os olhos fechados e não emitiu nenhum som. Ela ficou cada vez mais agitada e então, com uma força quase sobre-humana, inclinou-se para a frente na cadeira e passou um braço violentamente pelo tampo da mesa, fazendo a pintura cair no chão. Ela caiu para frente, com os braços e a cabeça apoiados na mesa.
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"Sinto muito, vovó!" Daisy respirou. "Eu sinto muito!" Daisy correu e chutou a pintura para fora da sala, através da porta aberta para o corredor, e voltou para perto da avó angustiada. Ela sentou-se ao lado dela e colocou uma mão reconfortante em seu ombro.
"Desculpe, vovó. Apenas fique calma." As duas ficaram assim por um longo tempo antes de Edith finalmente levantar a cabeça e recostar-se na cadeira, olhando para a neta com olhos suplicantes.
"O que aconteceu, vovó? O que você está tentando me dizer?" Daisy finalmente perguntou. "Por favor, vovó, preciso saber", implorou Daisy.
A atmosfera na sala ficou carregada de tensão. As mãos de Edith tremeram e aquela única palavra veio novamente como se viesse de algum lugar no fundo de sua alma: “Aegis”.
A respiração de Daisy ficou presa na garganta quando a palavra sussurrada a envolveu. "Aegis? O que isso significa, vovó?" Daisy perguntou, sua voz quase um sussurro.
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Os olhos de Edith, cheios de medo, fixaram-se em Daisy. Uma verdade tácita permanecia entre eles, algo silencioso que ligava as gerações. O passado, velado nas brumas do tempo, foi agitado e Daisy sentiu o surgimento dos espíritos ancestrais. A mansão, testemunha silenciosa da passagem do tempo, parecia conter algo que buscava a luz.
Mais uma vez, Edith fechou os olhos e entregou-se ao sono abençoado. Daisy levantou-se silenciosamente e atravessou a sala na ponta dos pés até a porta. Ela saiu para o corredor para recuperar a terrível herança. Mas desapareceu.
***
A manhã seguinte trouxe uma névoa mais densa que parecia se prender e se entrelaçar nos galhos e folhas das árvores, nas paredes da mansão e em tudo o mais que tocava.
Daisy encontrou a Sra. Collins na cozinha, o maravilhoso aroma de pão assado flutuando no ar enquanto o café era preparado no fogão.
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"Sra. Collins", disse Daisy enquanto se servia de uma xícara de café, "onde você colocou a pintura que deixei no corredor do lado de fora da sala de estar? Desculpe, é que agitou minha avó, eu tinha que deixar longe dela rapidamente."
"Que pintura, querida?", perguntou a Sra. Collins.
Daisy parou e ficou olhando para a Sra. Collins. "Você não encontrou uma pintura?" ela perguntou incrédula. "Eu deixei lá e depois sumiu. Quer dizer, você não pegou?"
"Não, querida", disse a Sra. Collins friamente. "Eu não vi nenhuma pintura no corredor."
"Desculpe, Sra. C", disse Daisy humildemente. "Devo ter me enganado." Ela se sentou e tomou um gole de café em um silêncio atordoado. "Sra. C", ela arriscou depois de um tempo, "perdoe-me por perguntar, mas há mais alguém hospedado na casa?"
A Sra. Collins olhou preocupada para Daisy. "Minha querida Daisy, não tenho certeza do que você quer dizer, mas além de você e sua avó, e Bertram, o jardineiro, e eu, não há mais ninguém na propriedade."
"Bertram, o jardineiro? Ele ainda trabalha aqui?" Daisy repetiu, lembrando-se de repente de um homem assim de sua infância. Para ela, naquela época, ele parecia velho; ela, nesse ínterim, presumiu que ele havia sido designado há muito tempo para o solo.
A Sra. Collins concordou. "Ele está aí agora, se você quiser dar uma palavrinha com ele."
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Depois do café da manhã, Daisy, assombrada pelo enigma da pintura e pela palavra sussurrada, vagou pelos extensos terrenos. Seus passos a levaram até a periferia do jardim, onde uma figura solitária cuidava de um bosque de vinhas murchas.
Bertram, o enigmático e aparentemente eterno zelador da família, permanecia como uma sentinela contra a paisagem como pano de fundo. A aba larga do chapéu obscurecia suas feições e suas mãos trabalhavam com uma familiaridade que sugeria uma profunda conexão com a terra.
Daisy se aproximou inquieta. "Olá, Bertram", ela cumprimentou tão alegremente quanto pôde, tentando penetrar o silêncio que parecia cercar o homem como um escudo.
Bertram concordou em reconhecimento, mas permaneceu em silêncio; seu olhar fixou-se nas flores que precisavam de renascimento. Os olhos de Daisy permaneceram em suas mãos envelhecidas, calejadas por anos cuidando da flora da mansão.
"Eu estava apenas admirando o jardim. Parece ter vida própria", observou Daisy, sua tentativa de conversa casual encontrada com um silêncio estóico.
"Bertram, hum, sinto muito por perguntar, mas preciso saber. Você esteve em casa ontem? A qualquer hora?"
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Bertram ergueu a cabeça lentamente e, pela primeira vez, Daisy pôde perceber suas feições: rugas profundas que pareciam cicatrizes, uma boca baixa, gravada como se fosse uma pedra, e olhos gelados que perfuravam os de Daisy com o que ela sentia por ela como ódio.
Bertram voltou a olhar para o seu trabalho, aparentemente indiferente à pergunta de Daisy. A única resposta foi o raspar rítmico da sua pá contra o solo.
A frustração penetrou na voz de Daisy enquanto ela pressionava por uma resposta. “Bertram, preciso entender uma coisa. Encontrei uma pintura antiga no sótão, que parece ter incomodado muito minha avó. Você sabe alguma coisa sobre isso?
Silêncio.
“Há algo naquela pintura, na minha família, que eu não sei”, continuou Daisy. "Minha avó está tentando me contar algo sobre isso, mas ela só consegue dizer uma palavra: Aegis. Isso significa alguma coisa para você? E do que ela tem tanto medo?"
À menção da palavra “Aegis”, a cabeça de Bertram levantou-se, e o ódio e a raiva que Daisy percebera em seus olhos antes agora pareciam muito com terror. Ele se endireitou em toda a sua altura, o clima em seu rosto mudando de mal a pior. Eu a encarei com um olhar ameaçador.
“Aegis,” ele murmurou, a palavra pairando no ar carregado de névoa.
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Os olhos de Daisy se arregalaram, sentindo uma profunda compreensão em Bertram. "Você sabe de uma coisa, não é? Por favor, Bertram, preciso de respostas. A história da minha família está envolta em mistério e sinto como se estivesse no escuro."
Por um momento, Bertram pareceu deliberar, seu olhar alternando entre Daisy e o horizonte distante. Finalmente, ele falou, cada palavra cuidadosamente escolhida.
“O passado é um lugar perigoso, senhorita Daisy”, disse ele. "E é um lugar que é melhor não viajar. Eu não tinha nada além de admiração por seus pais, que Deus tenha suas almas, mas não sou gentil com uma nova geração mexendo nos ossos dos mortos. Sugiro que você abandone sua linha de investigação, senhora, para sempre. Não se deve brincar com algumas forças."
Daisy sustentou o olhar de Bertram por um longo tempo. “Agora, se me der licença, senhora, tenho trabalho a fazer”, disse ele, voltando-se mais uma vez para a pá e a terra a seus pés.
Daisy decidiu desistir por um momento, mas a sua mente zumbia com perguntas. A atitude sombria de Bertram apenas intensificou suas dúvidas e suspeitas de que algo imundo estava dentro dos muros da mansão.
O jardim, a mansão e o ambiente enevoado pareciam se confundir enquanto ela lutava para perceber que o legado de sua família estava entrelaçado com um poder sinistro além de sua compreensão.
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Sem que nenhum deles soubesse, Edith estava sentada em sua cadeira perto da janela, testemunhando silenciosamente a conversa entre as duas com medo e apreensão.
Edith e as árvores enevoadas prenderam a respiração e observaram Daisy voltar para a casa, já traçando um caminho que poderia cruzar os mistérios da Égide e se cruzar com a força malévola que se escondia nas sombras.
Depois de pensar um pouco, Daisy fez uma ligação. Em sua jovem vida, ela teve alguns negócios com o advogado da família, Thompson, e sabia que tinha chegado a hora de iniciar a enorme tarefa de liquidar o patrimônio de seus pais.
E talvez ele pudesse lançar alguma luz sobre o mistério, raciocinou Daisy. Thompson concordou em ir à mansão na tarde seguinte.
Ele e Daisy se encontraram na biblioteca da mansão, com suas estantes imponentes de livros empoeirados montando guarda ao redor deles. Daisy, cada vez mais desconfiada de Bertram e de seu comportamento impróprio, informou ao advogado sobre a pintura e os acontecimentos do dia anterior.
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"Thompson, preciso saber a verdade", ela desafiou. “Há algo na minha família que foi mantido escondido. Há algo no passado da minha avó que nunca me contaram?” ela perguntou enquanto eles examinavam páginas amareladas e manuscritos antigos, começando a tentar juntar todas as peças da propriedade.
Thompson, um homem idoso de cabelos brancos, ajustou os óculos e assentiu solenemente. "Daisy, a história da família é vasta e complexa. Que informações específicas você está procurando?"
Daisy hesitou, os dedos traçando a capa de couro em relevo de um antigo diário. "Quero saber sobre o passado de Edith, por que ela nunca fala. Acho que há uma conexão entre uma pintura e uma palavra, Aegis. Não consigo afastar a sensação de que há mais do que isso, algo escondido no passado."
Thompson ergueu as sobrancelhas. "Bem, agora", disse ele, "esse nome me traz lembranças."
"O que isso significa?" Daisy perguntou.
"Aegis", explicou Thompson, "é 'égide' em inglês, um termo antigo que significa escudo ou proteção. Agora, pelo que me lembro, esse era um codinome para um caso que meu antecessor tratou. Tinha algo a ver com seus bisavós. — Mãe e pai de Edith. Seus pais me fizeram resolver algumas pontas soltas, mas eu não estava a par dos detalhes. Assinei alguns papéis legais. Então, me disseram para esquecer tudo. Jurei segredo.
"Jurou segredo? É por isso que minha avó está tão ansiosa, tão protetora com esse segredo? E por que ela só consegue dizer 'Aegis'?" perguntou Daisy.
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Thompson concordou. “Sua avó carrega o peso do passado, das escolhas feitas para salvaguardar a família e seu legado. Acho que Aegis não é apenas uma palavra; é uma chave, um gatilho ligado aos encantamentos protetores que protegem você e esta mansão”, Bertram explicou.
"E para responder mais à sua pergunta anterior", continuou ele, "a mudez da sua avó está de fato ligada a um evento traumático de sua juventude, um segredo há muito enterrado. A família decidiu mantê-lo escondido para protegê-la e, talvez, para proteger você."
"Proteger-nos de quê, Thompson? O que poderia ser tão terrível que eles mantiveram isso em segredo por tanto tempo?" Daisy pressionou.
"Não sei, Daisy", disse Thompson com um suspiro. "Mas se houver uma resposta para isso, acredito que o melhor lugar para encontrá-la é nesta mesma sala. Os detalhes certamente estarão em uma pasta aqui em algum lugar; talvez apenas tenhamos que procurar. Mas pergunte a si mesma se você realmente deseja saber. Alguns segredos são enterrados por uma razão e, uma vez descobertos, desencadeiam forças que não podem ser detidas."
“Isso foi exatamente o que Bertram disse”, revelou Daisy. "Mas a resposta é sim. Quero chegar ao fundo disso, de uma forma ou de outra."
À noite, Daisy e Thompson vasculharam o labirinto de pastas, arquivos, diários, documentos e volumes que enchiam a biblioteca.
Partículas de poeira dançavam na penumbra e o tiquetaque de outro relógio de pêndulo ecoava pelo corredor. O ar estava pesado de expectativa enquanto os dois descobriam fragmentos do passado, mas os detalhes indescritíveis que procuravam permaneceram ocultos.
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“É como procurar uma agulha num palheiro”, suspirou Daisy, folheando um livro-razão em ruínas do início do século XX. "Mas tem que haver alguma coisa aqui, Thompson. Uma pista, uma dica, qualquer coisa!"
Thompson debruçou-se ainda mais sobre uma velha mesa cheia de papéis e concordou. "A resposta está aqui, tenho certeza. Só precisamos continuar procurando."
Quando o relógio bateu meia-noite, Daisy bocejou, percebendo que já era tarde. "Thompson, você deve estar exausto. Tenho quartos de hóspedes; você deveria descansar um pouco."
Thompson olhou para o relógio. "Você pode ter razão, minha querida. Mas vamos esperar um pouco mais. Estou determinado a encontrar o que procuramos."
Uma batida na porta da biblioteca interrompeu a busca e a Sra. Collins entrou, carregando uma bandeja com tigelas fumegantes de sopa de tomate e pão recém-assado. O aroma flutuou pela sala, distraindo-os momentaneamente de sua missão.
"Sra. Collins, você é uma dádiva de Deus!", exclamou Thompson, seu estômago crescendo em resposta ao aroma sedutor da comida.
"De nada, Thompson", respondeu ela, colocando a bandeja sobre uma mesa próxima. "Vocês dois precisam de sustento para esse esforço noturno. Comam."
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O trio sentou-se ao redor da mesa de jantar improvisada, compartilhando as refeições enquanto continuavam a vasculhar o passado da família. A Sra. Collins, sempre a guardiã silenciosa dos segredos da mansão, ofereceu suas idéias quando solicitada.
As horas se confundiram enquanto eles voltavam ao trabalho investigando o passado, mas as respostas continuavam escondidas. Thompson, compreendendo a potencial futilidade de seus esforços, finalmente falou. "Daisy, minha querida, acho que é hora de você descansar um pouco. Você teve um longo dia e fizemos pouco progresso."
Daisy suspirou, esfregando as têmporas. "Você tem razão, Thompson. Estou exausta e parece que minha mente está flutuando. Mas me prometa que continuaremos com isso amanhã."
"Claro, Daisy", Thompson a tranquilizou. "Continuaremos exatamente de onde paramos."
Enquanto Daisy estava deitada na cama, os acontecimentos das últimas 24 horas se repetiam em sua mente como uma melodia assustadora. A palavra “Aegis”, a pintura misteriosa, a sombra no sótão e a figura no jardim que ela pensava ter visto, tudo se fundiu em uma sinfonia discordante de perguntas sem resposta.
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Thompson continuou vasculhando a biblioteca, determinado a descobrir a verdade. O único som era o farfalhar das páginas e o rangido ocasional dos edifícios antigos que se instalavam na noite. O estrondo distante do trovão acrescentou um cenário sinistro à solene tarefa que tinha em mãos.
Quando o relógio marcou 3 horas da manhã, Thompson soltou um suspiro cansado, com os olhos pesados de fadiga. Talvez eu devesse encerrar a noite , ele pensou consigo mesmo. Mas ele decidiu avançar mais um lance de páginas.
Só então, ouvi um som atrás dele, um raspar sutil que cortou o silêncio da biblioteca. Ele se virou, examinando a sala com olhos alertas.
"Olá?" Thompson gritou, sua voz ecoando no espaço silencioso. "Tem alguém aí?"
Não houve resposta.
Afastando o desconforto, ele voltou aos estudos, o brilho de uma luminária de mesa lançando longas sombras nas paredes. Então, aconteceu de novo – um som quase inaudível, passos nas tábuas rangentes do piso? O coração de Thompson acelerou e ele se virou, semicerrando os olhos nas sombras.
"Quem está aí?" Eu exigi.
Silêncio.
Thompson hesitou. Ele se virou e resumiu sua busca, vasculhando uma pilha de pastas antigas. Seus dedos roçaram uma lima desgastada e lá estava a palavra solene: “Aegis”.
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Um arrepio percorreu a espinha de Thompson quando abri a pasta. Nela encontrou um boletim de ocorrência e uma declaração assinada por Edith. As palavras na página enviaram ondas de choque através de Thompson.
“Bertram”, ele murmurou para si mesmo, examinando os detalhes do relatório. A história, há muito escondida, passou diante dele como uma cena macabra de filme.
Edith, com a tenra idade de doze anos, acusou Bertram de ter abusado dela. A família, tomada pela vergonha e pelo desejo de evitar escândalos, retirou as acusações, selando o segredo obscuro dentro da abóbada da história e das grossas paredes da mansão.
As mãos de Thompson tremeram ao absorver a magnitude da revelação. Ele tropeçou na verdade enterrada que assombrava Edith há décadas.
Mas antes que pudesse processar as implicações, ouviu novamente um som atrás de si, desta vez mais alto. Ele se virou, arregalando os olhos em alarme.
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Ele estava morto antes de sua cabeça bater no chão. Bertram ficou acima do corpo do advogado, olhando por baixo da aba larga do chapéu, com a pá erguida, pronto para outro golpe se a forma atingida se movesse novamente. O sangue se acumulou lentamente no tapete verde-claro.
"Você não deveria ter descoberto isso, Sr. Thompson", disse Bertram com tristeza. "É melhor deixar alguns segredos enterrados." Ele se abaixou e pegou a pasta Aegis, embaralhou todas as páginas que tinham escapado das mãos de Thompson quando ele caiu e as colocou de volta na pasta.
Com a pasta na mão, saí silenciosamente da biblioteca e voltou em 10 minutos com um grande rolo de plástico preto. Ele rolou o corpo várias vezes no plástico e puxou a pesada mesa de leitura sobre a mancha ensanguentada do carpete.
Seu corpo magro e idade avançada desmentiam uma força incrível. Quase sem esforço, ele ergueu a forma sem vida de Thompson sobre um ombro e saiu, a escuridão da biblioteca engolindo outro segredo terrível atrás dele.
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***
O sol da manhã mais uma vez lutou para atravessar as nuvens densas que sustentavam a mansão, lançando um brilho misterioso sobre a extensa propriedade.
Daisy, desorientada e ansiosa, saiu de seu quarto e encontrou a mansão estranhamente silenciosa. A biblioteca, onde ela e Thompson mergulharam na história assustadora de sua família, estava vazia.
Thompson não estava em lugar nenhum.
O pânico tomou conta de Daisy enquanto ela corria pelos corredores, gritando o nome de Thompson. A Sra. Collins, alertada pelos gritos angustiados de Daisy, correu para se juntar à busca.
"Sra. Collins, você viu Thompson?" implorou Daisy.
A Sra. Collins balançou a cabeça. "Não, Daisy. Pensei que ele ainda pudesse estar na biblioteca, mas verifiquei lá logo de manhã; ele não estava lá."
Daisy insistiu: "Precisamos encontrá-lo. Algo está terrivelmente errado."
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As duas mulheres vasculharam a mansão, cômodo por cômodo, seus passos ecoando no vazio. Cada espaço vazio intensificava o medo de Daisy, e uma sensação de mau presságio tomou conta da mansão como uma mão sufocante.
Eles entraram no quarto de Edith, esperando que ela pudesse ter alguma ideia. A velha estava sentada na cadeira motorizada ao lado da cama, mais agitada do que nunca. Seus olhos, cheios de terror, pareciam implorar que decifrassem uma mensagem que ela lutava para transmitir.
"Vovó, você viu Thompson?" Daisy perguntou desesperadamente.
A mão de Edith tremia quando ela apontou pela janela em direção ao jardim, com os olhos arregalados de medo. Daisy e a Sra. Collins trocaram olhares perplexos. Era como se Edith estivesse tentando avisá-las, mas o significado lhes escapava.
"Não se preocupe, vovó", Daisy tentou tranquilizar Edith. "Volte para a cama e vamos resolver isso."
“Aegis”, Edith disse uma última vez, mas desta vez foi como se ela estivesse quebrando um feitiço de longa data. O medo desapareceu de seus olhos. Ela cruzou os braços calmamente no colo e um leve sorriso iluminou seu rosto.
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Daisy e a Sra. Collins observaram essa transformação com surpresa e admiração. Eles se entreolharam. "Estaremos de volta em breve, vovó, e avisaremos quando tudo estiver bem", disse Daisy. Edith concordou e as duas se despediram.
Depois que eles partiram, Edith levantou-se da cadeira como se isso fosse a coisa mais natural do mundo para ela. Ela atravessou a sala com novas forças em direção ao enorme armário encostado na parede oposta e, com uma sensação de familiaridade, tirou uma chave escondida e destrancou uma gaveta.
Ela pegou algo de dentro, caminhou calmamente de volta para sua cadeira e sentou-se, cobrindo e envolvendo o objeto em seu colo com um cobertor macio de lã. A sala zumbia com um poder tácito. Edith então simplesmente recostou-se e esperou.
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Enquanto isso, andando de um lado para o outro pelos corredores, Daisy disse à Sra. Collins: "Sra. C, ligue para a polícia. Precisamos de ajuda. Vou encontrar Bertram."
"Certo", confirmou a Sra. Collins e dirigiu-se para a cozinha, onde havia um telefone pendurado na parede.
Daisy correu para o jardim e, por intuição, dirigiu-se ao roseiral murcho onde encontrara Bertram no dia anterior.
Na cozinha, a Sra. Collins descobriu que a linha telefônica estava muda e, em pânico, correu a longa distância até as garagens da propriedade, entrou no carro e saiu em disparada em direção à cidade para pedir ajuda pessoalmente, deixando a mansão inclinada em direção ao vazio sem ela.
À distância, Daisy conseguiu distinguir Bertram na neblina e ele se encaixou: a figura na pintura era ele. O chapéu de abas largas, a longa capa de chuva escura e sua altura formidável estavam agora claros. Ele era o fantasma evidenciado na tinta a óleo, e a jovem devia ser minha avó, raciocinou Daisy.
Quando Daisy se aproximou, seus olhos pousaram no chão que Bertram trabalhava a seus pés. Ela detectou o pedaço de terra perturbado, um grande monte que se estendia pelo campo úmido. O medo apertou seu interior quando ela se aproximou.
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"Bertram, você viu Thompson?" ela perguntou, sua voz firme apesar do alto canto do sangue em suas veias.
O rosto de Bertram não traiu nada. Ele balançou a cabeça vagamente. "Não, senhora. Eu não o vi."
O olhar de Daisy permaneceu no monte anormal, seu coração batendo forte no peito. "Ele estava trabalhando até tarde na biblioteca ontem à noite. Talvez ele tenha saído cedo esta manhã para voltar ao escritório. O carro dele sumiu. Tem certeza de que talvez não o tenha visto ou ouvido sair? Talvez em algum momento de manhã cedo, enquanto "ainda estava escuro?"
Bertram fixou em Daisy seus penetrantes olhos azuis e balançou a cabeça. Ele se apoiou pesadamente na pá que tinha nas mãos. "Não o vi, senhora. Não o ouvi sair. Mas deve ter ouvido, já que o carro dele não estava aqui."
Daisy assentiu nervosamente e — apesar de se esforçar para não fazê-lo — não conseguiu evitar que seus olhos sondassem a longa protuberância no solo. Bertram observou-a atentamente.
Daisy fingiu se afastar casualmente. “Bertram, você acha que poderia me ajudar a procurá-lo? Precisamos encontrá-lo”, ela disse.
"Agora, senhorita Daisy, não tire conclusões precipitadas sobre o que você vê aqui, ouviu? Não há problema aqui. Claro, dê-me um pouco de tempo para terminar meu trabalho de jardinagem, e então eu irei até aqui. e ajudá-la a procurar", disse Bertram, dando um pequeno passo e depois outro em direção a Daisy, tirando sub-repticiamente uma das mãos do cabo da pá.
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"Obrigada, Ber..." Naquele momento, Daisy correu, sem terminar o nome do homem.
"Agora, Daisy!" Bertram gritou: "Nada de errado, nada..." Bertram interrompeu-se e saiu correndo atrás de Daisy.
Daisy correu em direção à mansão. Bertram perseguiu-a com uma determinação arrepiante, com uma pá na mão.
"Sra. Collins! Sra. Collins!", Daisy gritou ao se aproximar da casa, sua voz ecoando nas paredes. Mas a mansão parecia prender a respiração, silenciosa e indiferente aos seus gritos.
Daisy correu, com a respiração difícil e frenética; ela irrompeu no hall de entrada, chamando a Sra. Collins. Mas a grande sala de entrada permaneceu vazia, desprovida da presença tranquilizadora da governanta.
Bertram se aproximou dela rapidamente. Daisy correu pelo corredor em direção à sala de estar. Ela entrou gritando: "Vovó! Vovó!"
E lá estava a vovó Edith, no meio da sala, seis passos depois da porta, elegantemente vestida, calma e serena. "Daisy, abaixe-se", disse Edith com uma voz normal, jogando Daisy no chão sem hesitação em um mergulho encorpado.
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Um segundo depois, Bertram irrompeu pela porta. Ele mal teve tempo de registrar sua surpresa antes de ouvir a voz de Edith dizer calmamente: "Bertram, não. Pare." Um tiro foi disparado meio segundo depois.
A bala atingiu Bertram bem no coração e atravessou seu corpo, atingindo a parede grossa atrás dele.
Ele caiu morto instantaneamente onde estava, enquanto Edith baixava lentamente o revólver fumegante que tinha na mão. Ela se abaixou e ajudou Daisy a se levantar. "Você está bem, amor?" ela perguntou.
Daisy ficou sem palavras ao se levantar e abraçar a avó. "Ótimo! Como?" foi tudo o que ela conseguiu.
"A maldição foi quebrada, graças a você, Daisy. Você conseguiu. Você me libertou", disse Edith. "Você me libertou da Égide sob a qual meus pais e esse pedófilo me colocaram. Você me devolveu minha voz."
"Então foi ele? O homem da foto", perguntou Daisy, olhando para o corpo de Bertram.
"Foi ele, Daisy. O abuso durou meses antes que eu encontrasse coragem para contar aos meus pais. Eles não acreditaram em mim, então fui à polícia. Mas meus pais encontraram uma maneira de enterrar o caso; eles estavam com muito medo de deixar o escândalo manchar o nome da família se a história se tornasse pública. O trauma psicológico me deixou muda. E eventualmente contribuiu para o derrame, suponho. Mas a retribuição parece ter me desbloqueado. Obrigado.
As duas mulheres ficaram imóveis, de braços dados, observando a forma desintegrada no chão à sua frente cedendo seu espírito malévolo, enquanto, ao longe, podiam ouvir o lamento das sirenes se aproximando.
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Este artigo foi inspirado em histórias da vida cotidiana de nossos leitores e escrito por um escritor profissional. Qualquer semelhança com nomes ou locais reais é mera coincidência. Todas as imagens são apenas para fins ilustrativos. Compartilhe sua história conosco; talvez ela mude a vida de alguém. Se quiser compartilhar sua história, envie-a para info@amomama.com.