Casal adota um menino de 6 anos e o encontra amamentando um bebê estranho em seu quarto no dia seguinte - História do dia
Quando Colleen e Ray adotaram um menino de seis anos de um orfanato, eles não esperavam encontrar um bebê estranho em sua casa. As revelações de seu novo filho foram ainda piores, mas o casal sabia que suas vidas nunca mais seriam as mesmas quando dois pais adotivos descontentes apareceram na porta.
"Você está fazendo macarrão com queijo de uma caixa?" Ray perguntou a Colleen, com uma pitada de provocação em seu tom. Sua esposa era obcecada por alimentos orgânicos e saudáveis, portanto, essa era a primeira vez em sua casa.
"Ben ficou muito calado o dia todo", respondeu Colleen, mexendo o queijo em pó no macarrão. "Li que as crianças gostam disso em vez de vegetais e outras coisas. Achei que isso o ajudaria a se sentir melhor."
Imagem para fins ilustrativos. | Foto: Unsplash
"Querida, ele ainda é novo aqui. Só o trouxemos para casa ontem", disse Ray, esfregando os ombros da esposa com calma. "Ele precisa de tempo para se adaptar. Algumas visitas e passeios conosco não são suficientes. Mas... essa comida também pode ajudar".
Eles riram e chamaram Ben para comer. O garoto foi até a mesa, permanecendo tímido e hesitante. Mas sua atitude tinha um novo aspecto. Colleen quase achou que ele estava com pressa.
"Você gosta de macarrão com queijo, Ben?", ela tentou iniciar a conversa, mas o garoto apenas acenou rapidamente com a cabeça. Ele terminou o prato em pouco tempo e, embora fosse fantástico o fato de ele ter comido com gosto, Colleen ainda estava preocupada.
"Posso voltar para o meu quarto?", perguntou ele depois de colocar o prato na máquina de lavar louça.
"Claro", respondeu Colleen, mas não conseguiu esconder o franzir da testa. O garoto não viu, porque voltou correndo para o andar de cima sem olhar para trás.
Ray suspirou. "Ok, acho que precisamos falar com ele. Vamos lá."
Colleen terminou de guardar os pratos e ligou a máquina de lavar louça, e os dois subiram as escadas para ver como estava o menino. A porta de Ben estava ligeiramente entreaberta, então, em vez de bater, Ray simplesmente a abriu. "Ben, esperávamos ter uma pequena conversa com você..."
Sua voz se interrompeu quando Ben pulou da cama, surpreso. Mas Colleen e Ray ficaram um milhão de vezes mais chocados porque o menino segurava um bebê enrolado em um cobertor rosa nos braços. Ele estava segurando uma mamadeira na boca do bebê. Os ruídos de sucção não podiam ser negados.
"Hmmm", começou Ben, mordendo o lábio inferior e olhando para baixo.
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"Ben, de quem é esse bebê?" Colleen perguntou em um sussurro. Seu choque ainda não tinha passado. Ray permaneceu quieto e estoico ao lado de sua esposa.
"Ela é minha irmã", revelou o menino, balançando o bebê enquanto tirava a mamadeira vazia dos lábios dela.
"Sua irmã?" Colleen se perguntou como se o inglês simples fosse difícil de entender.
"Bem, na verdade não", continuou Ben, parecendo mais nervoso e apreensivo. "Mas eu não podia deixá-la para trás."
"Eu não entendo", disse Colleen, com os braços erguidos sem poder fazer nada, como se quisesse segurar o bebê também.
"Querida", Ray deu um tapinha no ombro dela e foi até Ben, mas pensou melhor e se sentou na cama dele. "Ben, não estamos com raiva. Apenas surpresos. Pode nos dizer o que está acontecendo? Quem é essa bebê? Quando e por que você a trouxe para cá?"
"É a nova órfã da minha antiga casa", disse o menino, com a voz ficando cada vez mais baixa a cada palavra.
"Oh", disse Colleen, sentando-se ao lado do marido na cama de Ben. "Mas como ela está aqui?"
Ben olhou para baixo, mas não parou de pular. "Eu saí de fininho e a peguei. Ela é tão pequena. Não podia deixá-la para trás."
"Meu bem, ela tem que voltar para a sua família", começou Colleen gentilmente. "Não foi correto você levá-la. Presumo que seus pais adotivos não tenham visto você levá-la? Vou ligar para a Sra. Campbell. Ela pode ficar com o bebê..."
"Não!" Ben gritou, assustando o bebê em seus braços. Felizmente, a menina fez alguns sons e pareceu voltar a dormir. "Ela não pode levá-la de volta!"
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Ray e Colleen se entreolharam. "Ben, temos que ligar para alguém. Todos nós podemos nos meter em problemas por causa disso."
"NÃO!", insistiu o garoto, com lágrimas nos olhos. "Ela não pode ficar com essas pessoas. Eu posso cuidar dela!"
Colleen inclinou a cabeça. "Essas pessoas?"
"O Sr. e a Sra. Franklin", respondeu Ben, balançando a cabeça. "Eles não são boas pessoas!"
Os olhos de Ray se arregalaram, mas Colleen se levantou para ficar mais perto de Ben. "Querido, o que você quer dizer com eles não são boas pessoas?"
"Eles são maus", continuou o garoto. Seus olhos arregalados demonstravam medo real. "Ela estará em perigo."
"Deixe-me segurar o bebê, querido", disse Colleen, e Ben assentiu. Os instintos maternais de Colleen entraram em ação e ela também começou a pular com a bebê nos braços. Felizmente, a linda garotinha estava dormindo profundamente depois de terminar a mamadeira.
Ray se levantou da cama e segurou os ombros de seu filho com cuidado. "Ben, você não precisa ter medo de nós. Não estamos com raiva. Só queremos entender o que está acontecendo. Por favor, conte-nos o que aconteceu e nós o ajudaremos. Por que sua irmã estaria em perigo na casa dos Franklin?"
"Eu lhe disse!" Ben reclamou. "Eles são pessoas más."
"Eles machucaram você?" Ray continuou, com uma sensação estranha subindo por sua espinha.
Ben olhou para baixo e assentiu sem dizer uma palavra.
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"Vou ligar para a Sra. Campbell", disse Colleen, segurando o bebê com mais força.
"NÃO!" disse Ben, correndo para sua nova mãe adotiva e segurando sua cintura com força. Seus gritos se renovaram, e isso partiu os corações de Ray e Colleen. "Ela sabe!", ele fungou em suas roupas.
Colleen olhou para o marido com horror. Eles tinham se encontrado brevemente com os Franklins, mas a visita deles foi totalmente focada em Ben. A Sra. Campbell era uma mulher doce, até onde eles sabiam. Mas Ben não parecia estar mentindo.
Ray se aproximou e esfregou as costas de Ben, olhando intensamente nos olhos de sua esposa. "Ben, venha cá", disse ele, pegando o menino em seus braços.
"Você não precisa ter medo. Você não tem que ter medo", entoou Ray, voltando para a cama. Ele se deitou com o menino enquanto Colleen se sentava na cadeira de balanço no canto. Os gritos de Ben diminuíram depois de algum tempo. Uma hora depois, ele estava dormindo e roncando suavemente.
Ray se levantou e enrolou o menino em seu cobertor. Colleen o seguiu até a porta.
"O que vamos fazer?", sussurrou ela. "Não podemos manter esse bebê aqui. Seremos presos. Eles provavelmente estão preocupados e procurando por ela em todos os lugares."
Seu marido começou a andar de um lado para o outro enquanto coçava o queixo. "Eu não sei. Não sabemos toda a história do Ben, mas não acho que ele esteja mentindo", disse Ray, dando de ombros.
"Também acho que não, mas não temos escolha", disse Colleen.
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"Onde ela está?!" Ben gritou de seu quarto. Eles não esperavam que ele acordasse. Mas ele ainda deve estar muito preocupado.
"Ela está aqui, Ben", disse Colleen enquanto o menino corria para seus braços novamente.
"Ben, temos que ligar para a Sra. Campbell, ou vamos nos meter em problemas. Podemos perder você e o bebê. Portanto, você precisa nos dizer algo concreto. O que os Franklins fizeram?"
"Eles são horríveis. Eles me bateram e... filmaram tudo", disse Ben, engasgando com as palavras.
"O quê?" Ray perguntou, sua voz se tornando mortal.
"Ela estava com o celular na mão", continuou o garoto, alternando entre soluçar e falar. "Ele bateu nas minhas costas e disse que eles precisavam de mais dinheiro."
Os olhos de Colleen estavam agora mais horrorizados.
"Você tentou contar para a Sra. Campbell, Ben?" Ray perguntou, sem saber se aquela era uma pergunta estúpida. "Ela disse algo que o fez pensar que ela sabia o que os Franklins estavam fazendo?"
"Não", ele balançou a cabeça. "Mas ela deve saber. Não é? Ela continua colocando crianças com eles. Eu não sou o primeiro. Houve outros dois, mas eles foram adotados. Eu fui o último que eles tiveram. A Sra. Campbell trouxe a bebê no meu último dia lá. Eu vi seus olhos".
"Os olhos dele?" Colleen questionou.
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"Sr. Franklin", Ben fungou, virando o rosto para a calça de Colleen. "Os outros... nós éramos meninos. Ela é uma menina."
Aquelas palavras simples e minúsculas tinham um significado tão horrível e devastador que algo se rompeu na alma de Ray e Colleen. Ben tinha apenas seis anos de idade. Não era para ele entender algo assim. Era o tipo de informação que se vê nos jornais, mas ninguém espera que uma coisa dessas toque sua vida.
A Sra. Campbell não lhes contou muito sobre a educação de Ben. Ela disse que ele estava em uma situação ruim com seus pais, que morreram devido aos vícios. Ele ficou com o Sr. e a Sra. Franklin por quatro meses antes de Ray e Colleen decidirem adotar uma criança mais velha em vez de um bebê.
Ray pensou naqueles quatro meses e no que poderia ter acontecido com seu novo filho naquela casa... "Está bem... está bem... está bem", disse ele, dando um tapinha gentil na cabeça de seu filho.
"Vocês não vão colocá-la de volta, certo?"
"Não, não vamos", respondeu Colleen imediatamente. Ela havia entendido e estava com o coração partido, assim como Ray.
"Não podemos mantê-la em segredo. Isso prejudicaria TODOS nós", disse Ray. "Eles levariam você e ela para outro lugar. Não queremos isso. Então, precisamos ligar para a Sra. Campbell ou para um colega de trabalho dela para contar a verdade."
"Sim!" Colleen acrescentou. "Conheço outra pessoa no departamento dela. Podemos ligar para ela! Podemos fazer algo a respeito disso."
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Ray lançou um olhar de advertência para a esposa. Eles não podiam fazer nenhuma promessa a Ben ainda. Mesmo assim, ele tentou explicar a Ben o que precisavam fazer para consertar as coisas. O menino assentiu com a cabeça, entendendo mais do que deveria entender com apenas seis anos de idade.
Uma criança não deveria ser tão madura aos seis anos, pensou Ray, frustrado com a injustiça.
Colleen se manifestou. "Venha, Ben. Vamos voltar para seu quarto. Eu tenho uma cesta, então podemos fazer um berço para essa menina enquanto ela estiver aqui", ela pediu ao filho, acenando com a cabeça para Ray.
Ele pegou o telefone e ligou para a amiga de Colleen, que também trabalhava no Serviço de Proteção à Criança e ao Adolescente. "Desculpe-me por ligar tão tarde. Temos uma situação..."
***
"Não consigo acreditar no que o menino está dizendo", disse Alana, segurando as mãos com um pouco de força. Ela era a conhecida de Colleen do Serviço de Proteção ao Menor. Eles a convidaram para ir à casa deles para resolver as coisas, pedindo que ela permanecesse discreta sobre essa reunião por enquanto. Afinal de contas, a Sra. Campbell deveria ser a assistente social deles.
Ben estava na escola e o bebê dormia profundamente no berço improvisado que eles haviam criado com uma cesta e toneladas de cobertores.
"Você acha que o Ben está mentindo?" perguntou Ray em voz baixa.
"Ray!" Colleen exclamou com raiva.
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Ele apenas deu de ombros e ambos olharam para a assistente social, que estava balançando a cabeça.
"Acho que não", disse ela. "É simplesmente incrível. Crianças em situações ruins escondem a verdade, especialmente quando são terríveis. O fato de ele ter lhe contado significa que ele confia em vocês. E eu...", ela se calou por um segundo.
"O quê?" Ray insistiu, inclinando-se para a frente no sofá. "Você suspeitou de alguma coisa?"
Alana fechou os olhos. "Não exatamente. Mas as crianças são transferidas da casa dos Franklin com frequência."
"Ben disse que dois outros meninos estavam com eles, mas foram adotados", acrescentou Colleen, mas Alana balançou a cabeça novamente.
"Não", ela murmurou. "Meninos, especialmente os mais velhos, não são adotados tão facilmente. Não sei os detalhes. Mas eles foram transferidos para outros lares adotivos. Achei que fosse apenas um caso de incompatibilidade. Às vezes, os pais adotivos não se dão bem com as crianças. Mas com essa informação... bem". A assistente social deu de ombros.
"Você acha que devemos chamar a polícia?" Ray se perguntou, preocupado em suas feições.
"Eu ainda não sei. Acredite em mim, eu quero fazer isso. Mas não acho que isso seja inteligente", disse Alana, franzindo a testa. "Estou preocupada que alertar a polícia possa fazer com que alguém comece a apagar seus rastros. Deixe-me fazer algumas investigações."
"E quanto ao bebê?" Colleen perguntou, preocupada. "A Sra. Campbell e os Franklins devem estar procurando por ela."
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"Por enquanto", Alana assentiu, pegando alguns documentos da bolsa, "vou autorizar vocês dois como pais adotivos dela. Terei que ser sorrateira. Mas esse é o meu problema. Não conte a ninguém sobre isso e tente não se preocupar. Avise-me se a Sra. Campbell ligar para você ou algo assim".
A gentil assistente social saiu, assegurando-lhes que tudo deveria estar em ordem e que ela tentaria investigar as coisas antes que eles pudessem finalmente chamar as autoridades. Colleen e Ray só precisavam garantir que o bebê e Ben estivessem seguros.
"Nós os protegeremos", prometeu Colleen.
Os dois dias seguintes foram tranquilos, até que o telefone de Colleen tocou. Ela tinha acabado de dar a mamadeira para a menina e estava pensando em um nome para ela. Alana ainda não havia ligado para eles com novas informações, então ela colocou a menina na cesta e pegou o celular.
Mas seu dedo congelou. Não era Alana. Era a Sra. Campbell, e Colleen não tinha ideia do que dizer a ela. Ray estava no trabalho e Ben estava fazendo a lição de casa. Ela também não queria que seu filho ouvisse uma conversa com aquela mulher.
Mas ela não podia ignorar a ligação, então entrou pela porta dos fundos e apertou o botão verde depois de respirar fundo. "Alô?" Colleen respondeu inocentemente.
"Sra. Ferguson!" A Sra. Campbell a cumprimentou calorosamente. "Como vai a senhora?"
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"Oh, Sra. Campbell. Sim, olá", respondeu Colleen, sem conseguir esconder totalmente seu nervosismo. "Estou bem. O Ben está se adaptando bem. Ele gosta da escola. Acho que ele também gosta da minha culinária. Ele tem assistido a programas infantis na Netflix. Nada muito ruim. Temos uma hora de dormir para ele agora..."
Ela esperava que acrescentar tantas coisas sobre Ben fosse suficiente para tirar aquela mulher do telefone, mas não foi.
"Sra. Ferguson, isso é ótimo. Isso é ótimo", disse a mulher e limpou a garganta. "Mas estou ligando para falar de outra coisa".
"Oh. O quê?"
"Queríamos saber se Ben disse alguma coisa sobre seus pais adotivos", respondeu a Sra. Campbell, esforçando-se demais para ser indiferente.
Os olhos de Colleen se arregalaram, mas ela endireitou a coluna. Essa mulher sabe de alguma coisa. Seus instintos maternais voltaram, tornando-a corajosa.
"Não, Sra. Campbell. Ele não fala sobre nada de sua vida passada", disse Colleen e tentou se distrair. "Eu estava pensando que ele poderia precisar de alguma terapia para que pudesse falar livremente com um profissional."
A Sra. Campbell ficou em silêncio por um segundo a mais. "Não acho que isso seja necessário", disse ela, e Colleen a ouviu engolir em seco. "Ben sempre foi um bom garoto e pode se beneficiar do fato de esquecer todo o resto. Mas se ele lhe contar alguma coisa ou se você notar algo estranho, por favor, me ligue."
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"Sinto muito." Colleen agora queria manter essa mulher ao telefone. "Há algo que eu deva saber? Sobre o Ben? Sobre seus pais adotivos?"
"Não, não", a Sra. Campbell voltou atrás. "Nada. É apenas parte do acompanhamento de meus casos. Fico feliz que as coisas estejam dando certo para você."
"Sra. Campbell", insistiu Colleen. "Você parece estranha."
"Estou muito ocupada. Tenho que ir", disse a Sra. Campbell. Colleen pediu que ela esperasse novamente, mas Ben abriu a porta e falou.
"Mamãe, o bebê está andando por aí", disse o menino, sorrindo timidamente.
Colleen não podia estar animada por ser chamada de mãe pela primeira vez, pois sabia que a Sra. Campbell estava ao telefone. Seus dedos se esforçaram para encerrar a ligação imediatamente. Por favor, meu Deus. Diga-me que ela não ouviu nada.
"Está bem, querida. Vamos ver como está o bebê", ela sorriu para Ben, deixando o celular sobre os trilhos da varanda dos fundos. Ele tocou quase que imediatamente. Mas ela o ignorou e cuidou do bebê.
***
"Colleen!" disse Ray, passando a mão pelo cabelo naquela noite. "Deus!"
"Eu sei. Sinto muito", desculpou-se Colleen depois de contar ao marido o que havia acontecido. Ela estava em sua cama e tinha um braço enrolado em suas pernas.
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"Ela ouviu. Ela deve ter ouvido", murmurou Ray, quase para si mesmo.
"Talvez não."
"Você atendeu às ligações dela?"
"Não", ela olhou para baixo. "Eu estava muito assustada. Liguei para a Alana e disse a ela que talvez eu tivesse estragado a situação. Acho que fui muito arrogante. Mas eu tinha a sensação de que ela estava escondendo algo e não estava sendo muito sutil. Eu queria arrancar isso dela ou algo assim."
Ray suspirou, fechando os olhos e se jogando na cama. "Você não deveria ter feito isso. Nós tínhamos uma vantagem contra ela e aqueles pervertidos."
"Eu sei, mas eu já liguei para a Alana", acrescentou Colleen. "Ela disse para não nos preocuparmos, pois eles acabarão descobrindo."
"Você disse mais alguma coisa?"
"Não, mas a Alana também estava sendo cuidadosa." Ela franziu a testa. "Você não acha que ela está envolvida nisso. Certo?"
"Alana? Não, não tive essa sensação", disse Ray, abrindo os olhos e balançando a cabeça. "Ela teria tirado o bebê de nós e o teria devolvido. A propósito, ela lhe disse o nome do bebê?"
"Ah! Eu ia perguntar isso a ela", disse Colleen, franzindo os lábios. "Acho que ela vai continuar sendo a bebê menina até eu falar com a Alana novamente. Mas o que vamos fazer com relação a isso?"
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Ray suspirou, esfregando os olhos. "Acho que vou ficar em casa amanhã. Levarei Ben para a escola e trabalharei aqui, por precaução. Se nada acontecer amanhã, voltaremos a agir como se nada estivesse errado. Mas não podemos levar o bebê para passear. Temos de agir como se ela não estivesse aqui".
"Está bem", ela assentiu com entusiasmo. "Eu posso fazer isso."
***
Ray desligou o cortador de grama e esfregou o suor da testa. Ele tinha passado a manhã toda cuidando do jardim da frente depois de levar Ben para a escola. Uma rápida olhada no relógio lhe disse que estava quase na hora de pegar o filho, então ele tirou as luvas, bebeu todo o copo de limonada que Colleen havia preparado para ele e entrou em casa para pegar as chaves do carro.
"Estou indo buscar o Ben, querida. Volto em um instante!", ele gritou da porta, sem entrar completamente na casa. Ray voltou para fora, concentrado em nada além do tilintar das chaves em suas mãos.
Mas um grande caminhão com um motor barulhento parou na rua. Era difícil de ignorar. Os olhos de Ray se arregalaram quando a caminhonete se aproximou de sua casa e, inesperadamente, diminuiu a velocidade. Um homem estava no banco do motorista.
Ray parou em frente à porta da garagem e ficou olhando enquanto o motorista abaixava a janela do carro e olhava para sua casa. Mas seus olhos captaram Ray e se arregalaram de surpresa. O estranho saiu dirigindo mais rápido do que era permitido na vizinhança. As crianças geralmente estavam em suas bicicletas ou brincando na rua, por isso todos os adultos eram extremamente cuidadosos.
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Este homem não. "EI!" Ray gritou, indignado. Ele não tinha certeza de quem era, mas, ao mesmo tempo, sabia. Toda a autopreservação foi pela janela quando seus pés o impulsionaram para o carro, decolando atrás do grande caminhão.
O homem tinha ido longe, mas Ray o alcançou. Ele piscou os faróis e buzinou várias vezes, exigindo que ele parasse. O que vou fazer se ele parar? A pergunta em sua mente não importava, porque o motorista se recusou e dirigiu cada vez mais rápido, eventualmente entrando em um caminho de terra fora da estrada que Ray não conseguiria seguir em seu sedã.
Os freios rangeram quando Ray foi forçado a parar. "Argh!", gritou ele, batendo no volante com o punho. Quando a adrenalina da curta perseguição de carro passou, o medo tomou conta de todo o seu ser, fazendo-o tremer.
Mas não era medo de si mesmo. Ray sabia disso. Um homem estranho tinha acabado de parar na casa deles. Em um dia normal, ele estaria no trabalho. Sua esposa e seu filho - bem, filhos - estariam sozinhos. Vulneráveis. Em perigo.
Ele bateu no volante novamente, tentando recuperar a compostura, e fez uma inversão de marcha perigosa para pegar Ben rapidamente. Ray não tinha ideia do que fazer naquele momento, mas isso tinha que parar. "Ligue para a Alana", ele disse para a função Bluetooth do carro, e o som típico do tom de discagem começou.
***
"Alana, isso não pode continuar. Ele estava do lado de fora da minha casa", Ray cuspiu. Ele não estava tentando ser rude. Tudo isso era medo de sua família.
"Você não sabe se era o Sr. Franklin", rebateu Alana, apertando os dedos enquanto continuava a falar. "Estou bem perto de encontrar algo concreto, para que possamos chamar a polícia de verdade e acabar com isso."
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"Não podemos esperar mais. Estamos em perigo", insistiu Ray desesperadamente, mas Colleen colocou a mão em seu braço quando ele passou por ela, pedindo que ele ficasse calmo e tranquilo porque Ben estava em seu quarto com o bebê.
Alana suspirou e sabia que não ia vencer. Ela também percebeu a lógica de Ray. Ela não sabia se Ray tinha perseguido o Sr. Franklin. Eles não tinham fotos dele e da esposa no arquivo, apenas os nomes, o que ela tinha notado nos últimos dias depois de pegar os documentos da Sra. Campbell e fazer cópias.
Mas o fato de um homem aleatório aparecer na casa deles era mais do que um pouco suspeito. Tinha que ser o Sr. Franklin ou alguém envolvido nisso.
"Ok, você tem razão", concordou Alana, balançando a cabeça enquanto sua mente começava a trabalhar. "Não tenho um plano agora, mas podemos chamar a polícia."
"O que você vai dizer a eles?" Colleen perguntou, franzindo a testa.
"Reuni uma lista de várias crianças que estiveram sob os cuidados de Franklin. Percebi que elas se mudam com frequência, não por serem adotadas. Os meninos que estavam sob seus cuidados antes de Ben foram simplesmente colocados em lares diferentes, como eu disse antes. Isso também aconteceu com outros", explicou Alana. "Parece que a colocação de qualquer criança naquela casa é temporária."
"E isso não é normal", Ray deduziu, sentando-se finalmente ao lado de sua esposa.
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"Não, não é. Eles não deveriam ser mudados de lugar assim. As crianças precisam de estabilidade, mesmo em lares adotivos", Alana balançou a cabeça. "Eu só queria ter mais tempo para obter provas concretas. Não posso entrar em contato direto com as crianças... isso seria uma grande violação. Mas eu estava tentando ver até onde isso vai. Encontrei uma pessoa. Ele já é adulto, mas esteve com os Franklins há vários anos. Estou aguardando a ligação dele".
"Talvez precisemos esperar um pouco", Colleen voltou-se para o marido. "Acho que a polícia não fará nada agora porque os Franklins não entraram em contato conosco diretamente. A polícia não pode fazer muita coisa."
"Colleen, isso é loucura!"
"Não, não é. Vou ligar para minha mãe. Vamos nos mudar para a casa dela por um tempo. Vamos deixar as coisas acalmarem enquanto Alana continua procurando", disse Colleen, acenando com a cabeça para a assistente social.
"Isso ajudaria", disse Alana, sorrindo timidamente. "Acho que estou perto de alguma coisa e acho que posso entrar em contato com algo específico no departamento de polícia..."
BANG! BANG! BANG! BANG!
Uma batida estrondosa fez com que todos pulassem em seus assentos.
"ABRA ESTA PORTA AGORA MESMO!", ouviu-se a voz estrondosa de um homem do outro lado.
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Ray se levantou e foi até a janela em um instante, afastando as cortinas para ver a Sra. Campbell e um casal do lado de fora. Ele se endireitou e olhou para as mulheres sentadas no sofá com olhos arregalados e expressões temerosas.
"São eles", ele sussurrou, e suas mãos foram até os punhos da camisa para começar a empurrá-los automaticamente para cima.
"Ray, você não pode abrir essa porta", Colleen levantou-se, pegando sua bolsa. "Vou chamar a polícia agora mesmo."
"NÃO SE ATREVA A CHAMAR A POLÍCIA!!! VOCÊS É QUE ESTÃO APRENDENDO AS CRIANÇAS AQUI!" Outro grito ecoou por toda a casa.
"Oh, diabos, não!" disse Ray. Sua expressão se tornou estrondosa quando ele abriu a porta. "Quem são vocês? E como se atreve a bater na minha porta a essa hora da noite?!"
A Sra. Campbell cruzou os braços desafiadoramente, e o casal - presumivelmente o Sr. e a Sra. Franklin - parecia presunçoso. "Quem somos nós? Você me conhece muito bem, Sr. Ferguson! Eu aprovei sua adoção! Posso tirar seu filho de suas mãos se não nos deixar entrar para pegar o bebê!"
"Desculpe-me?" disse Ray, com a voz mais baixa. Seu corpo se endireitou naturalmente enquanto seus músculos se flexionavam. Essas pessoas estavam ameaçando sua casa e sua família. "Vocês não se atreveriam. Não depois de tudo o que sabemos sobre vocês três."
Os braços da Sra. Campbell se descruzaram por um segundo, e os Franklins se encararam, perdendo a presunção por um segundo. Mas a assistente social deu um passo em direção a Ray. "Do que está falando, Sr. Ferguson? Você acha que é inteligente ameaçar alguém como eu?"
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Antes que Ray pudesse responder, Alana se aproximou. A Sra. Campbell estranhou sua presença. Ela nunca tinha visto a outra assistente social antes.
"A única que está fazendo ameaças aqui é você, Cynthia", disse Alana, olhando para a Sra. Campbell com desdém. "Sugiro que vocês três vão embora antes que Colleen ligue para a polícia".
"Nós vamos levar esse bebê!" A Sra. Franklin falou com raiva.
"Bem, isso seria um crime", encolheu os ombros Alana. "Eu preenchi toda a documentação para que o Sr. e a Sra. Ferguson sejam agora seus pais adotivos."
"Como assim?" disse a Sra. Campbell enquanto seu rosto feio ficava vermelho. "Você não tinha o direito!"
"Sim, eu posso. Foi autorizado e eu já iniciei uma investigação sobre vocês", disse Alana, e Ray se virou para ela, sabendo que ela estava mentindo. "Em breve, vocês três estarão na cadeia, e suas ações horríveis e pervertidas cessarão para sempre. Ouvi dizer que esses casos justificam pelo menos duas décadas de prisão."
"ARGH!" O Sr. Franklin gritou, correndo para dentro da casa com as mãos para cima em um gesto de asfixia. Ele estava indo direto para a Alana, mas Ray o interceptou. O homem era mais forte do que ele, mas Ray tinha uma família para proteger.
"PARE!" Colleen gritou, pressionando 911 em seu telefone. Mas uma mão surgiu do nada, batendo-o no chão.
Era a Sra. Franklin. "A SENHORA NÃO VAI LIGAR PARA NINGUÉM! Ou nos dá esse bebê agora ou então!", ameaçou ela, e o olhar em seus olhos congelou a espinha de Colleen. Ela nunca tinha visto uma pessoa sem alma antes. Aqui estava ela.
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Estava claro como o dia, e Colleen sabia em sua alma que eles tinham machucado crianças várias vezes. Eles tinham batido em Ben e planejado mais dor para aquela doce menina. Ela não podia permitir isso. Pela primeira vez em sua vida, suas mãos se transformaram em punhos e atacaram a mulher horrível com força.
Seu corpo voou em direção à parede, destruindo parte do reboco. Assim como o marido, a Sra. Franklin soltou um grito que deve ter sido invocado do buraco mais profundo do inferno e empurrou Colleen para cima.
A Sra. Campbell e Alana permaneceram imóveis por um segundo, observando enquanto todos lutavam. Mas a mulher mais velha decidiu entrar na casa, indo para o corredor, presumivelmente em direção ao quarto de Ben.
"Aonde você está indo?" Alana gritou, dando um passo em sua direção. "Você não vai chegar perto dessas crianças ou de qualquer outra nunca mais!"
"SAIA DO MEU CAMINHO!", gritou a assistente social, com a intenção de avançar. De repente, elas se envolveram em uma briga.
Colleen olhou para as assistentes sociais enquanto tentava parar os socos da Sra. Franklin. Uma cabeça apareceu no final do corredor. Ben tinha aberto a porta e estava olhando para a comoção.
"BEN! Filho, feche e tranque sua porta com força!!!" Colleen gritou, distraindo a Sra. Franklin.
"BEN, DÊ-NOS O BEBÊ!", ela gritou, mas Ben fez uma careta de nojo e fechou a porta com força. Colleen deu um suspiro de alívio.
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"SAIA DESTA CASA AGORA MESMO!" Ray gritou, tirando o Sr. Franklin de sua casa com toda a sua força. Ele jogou o Sr. Franklin em direção ao gramado recém-cortado e entrou em casa, agarrando o cabelo da Sra. Franklin para afastá-la da esposa.
"FORA!", gritou ele, acrescentando alguns palavrões enquanto empurrava a mulher em direção ao marido. Colleen e Alana pegaram os braços da Sra. Campbell e a empurraram para fora. A mulher mais velha escorregou e caiu de bunda na grama, gritando.
"Vou denunciá-los por agressão!", ameaçou a assistente social enquanto os Franklins tentavam ajudá-la a se levantar.
"Nós vamos denunciá-los por invasão de propriedade!" Colleen gritou de volta.
"Eu já chamei a polícia!!!", uma nova voz fez com que todos se voltassem para a entrada da garagem, onde os vizinhos de Colleen e Ray, Sarah e Andrew, estavam olhando, de olhos arregalados.
"Obrigado, Andrew", disse Ray, respirando com dificuldade.
A Sra. Campbell levantou-se da grama, limpando as mãos na calça jeans. Seu sorriso era frio e calculista. "Ótimo! Agora posso contar aos policiais tudo sobre seu sequestro. Eu conheço quase todos eles no departamento! Vocês três são os únicos que vão para a cadeia aqui!", ela ameaçou.
Algo em Colleen se rompeu porque o instinto de bater na mulher horrível dominou seu corpo. Mas ela não conseguiu se impulsionar, pois Ray a envolveu com um braço.
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Outros vizinhos também ouviram a briga e estavam olhando da varanda. Sarah e Andrew se aproximaram. Eles não eram intrometidos, mas se importavam com as coisas.
"Quem são essas pessoas, Ray?" Sarah perguntou, com uma mão segurando seu colar nervosamente.
"Eram os antigos pais adotivos de nosso filho e filha e nossa ex-assistente social. Mas eles são muito piores do que isso", ele respondeu.
"CALEM-SE! Não sabemos o que aquele idiota lhe contou sobre nós, mas era tudo mentira!" exclamou a Sra. Franklin, com o rosto franzido como um vilão em um filme infantil.
"Sua atitude anterior deixou claro para nós que Ben não estava mentindo", respondeu Ray, sua voz voltando ao tom mortal que havia adotado.
As sirenes do esquadrão policial chegaram rapidamente e dois carros pararam em frente à casa deles.
A Sra. Campbell riu, e o som fez Colleen tremer. "Esse é o policial Carson. Eu o conheço há dez anos. Ele vai resolver tudo isso", disse ela, e a presunção voltou ao rosto dos Franklins.
Ray abraçou sua esposa com mais força enquanto a assistente social malvada se voltava para os policiais, apontando e explicando seu lado da história. Os policiais tinham expressões sombrias e irritadas quando ela terminou.
"Muito bem, pessoal. Deixem-nos levar o bebê e deixaremos isso para lá", disse o policial Carson, aproximando-se de Ray e Colleen.
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"Não!" Alana falou e se apresentou ao policial. "Eu também sou assistente social. E depois de algumas revelações sobre a criança que os Ferguson adotaram, coloquei o bebê sob os cuidados deles. É tudo oficial. Tenho a papelada lá dentro". Ela entrou correndo na casa.
"Revelações?", o policial se perguntou, olhando para seus colegas confuso.
"MENTIRAS!" acrescentou a Sra. Franklin.
"O que está acontecendo?", perguntou outro policial, o policial Tristan.
"Oficial, nosso filho adotivo nos contou muitas coisas preocupantes sobre seu antigo lar adotivo", começou Ray, mantendo a calma. Ele explicou que Ben saiu escondido um dia e levou o bebê da família Franklins. "Nosso filho estava errado por isso, mas suas intenções eram puras."
"NÃO! ESSE É O NOSSO BEBÊ! Essa criança só vai crescer e se tornar um criminoso!" A Sra. Franklin gritou, iniciando o processo de purificação.
"Pare de gritar por um segundo. O que é isso de revelações?" perguntou o policial Tristan, franzindo a testa.
"Oficial, as crianças geralmente não se dão bem com seus pais adotivos. É natural, e o Ben não ficou na casa deles por muito tempo", a Sra. Campbell olhou, tocando o ombro do policial como se fossem melhores amigos. O policial quase parecia convencido.
Mas Alana saiu com os documentos. "Senhores policiais, por favor, deem uma olhada. Agora está tudo em ordem", declarou ela, passando os papéis para os policiais.
"Esses documentos não justificam o roubo do bebê de nossa casa!" disse o Sr. Franklin. "Ou como eles nos atacaram agora mesmo!" Ele apontou para seu lábio quebrado, e Ray tentou não sorrir. Ele não tinha ideia de que havia causado algum dano, mas não se arrependia.
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"Não importa o que esses documentos dizem", disse a Sra. Campbell, tentando fazer com que os policiais olhassem para ela e não para a papelada. "Foi claramente feito em circunstâncias obscuras. Trabalhei com os Franklins durante anos, e Ben era meu caso. Os Ferguson não tinham o direito de fazer isso. De acordo com a lei estadual, eles deveriam ser acusados de sequestro e agressão. Não é mesmo?"
Colleen começou a tremer, mas não tinha ideia se ainda era por causa da raiva. Alana olhou com raiva para sua colega, que ela admirava há muito tempo. "Não posso acreditar em você", disse ela para a mulher malvada, que levantou um ombro como se tivesse vencido.
"VOCÊ NÃO PODE TOMÁ-LOS!", uma nova voz se juntou à briga. Era pequena, mas alta e estava se aproximando. "Eu peguei o bebê! Eu fiz isso! Eu vou pagar por isso. Eu vou para a cadeia, mas você não pode mandar nenhuma outra criança para aquela casa de novo!"
"Ben!" disse Ray, vendo o filho sair da casa com o bebê nos braços. Pelo canto dos olhos, ele viu o Sr. e a Sra. Franklin se contorcendo para pegar a menina. Mas Colleen saiu dos braços de Ray para colocar seu corpo no meio.
"Garoto", disse o policial Carson. "Dê o bebê para a Sra. Campbell, e nós conversaremos".
"NUNCA!" Ben disse, e o olhar feroz em seus olhos fez com que todos parassem em seus caminhos. "Eu já contei isso para minha mãe e meu pai, e vou contar a vocês. A Sra. Franklin tinha o telefone dela me gravando enquanto o Sr. Franklin me batia com o cinto. Eles riram. Mas isso não é tudo."
A maioria dos adultos tinha expressões semelhantes: choque, confusão, horror e dor. Mas três adultos tinham uma única expressão: ódio.
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"Eles me mostraram vídeos do que fizeram com Peter e Charlie antes de ela levá-los embora", o garoto apontou para a Sra. Campbell. Em seguida, seu dedo foi para o Sr. Franklin. "Ele disse que eu era o próximo".
"Que tipo de vídeos?" O policial Tristan perguntou, sua voz ficando perigosa.
O pequeno corpo de Ben estava se movendo com a força de suas respirações. "O Sr. Franklin estava fazendo coisas com os meninos. Coisas terríveis. Ele tinha o seu..." O garoto fez um gesto em direção à área da calça, e a multidão reunida exalou várias vezes.
"ISSO É MENTIRA!" O Sr. Franklin gritou, seu rosto se contorcendo.
"A Sra. Franklin sempre foi a única que gravava", continuou Ben, olhando com o mesmo ódio para seus antigos pais adotivos. "Ela gostava disso. Fazia sons... como quando você come chocolate."
"Jesus Cristo!", exclamou a vizinha Sarah, agarrando-se ao marido para salvar sua vida.
Ray e Colleen ficaram igualmente horrorizados. Ben só tinha falado sobre ter sido ferido e registrado. Ele tinha insinuado o que eles faziam com os outros, mas o fato de que eles lhe mostraram aqueles vídeos foi mais do que apenas induzir ao vômito. Foi... além de qualquer palavra.
"Ele deve ter entendido errado", disse a Sra. Campbell ao policial Carson, sem conseguir esconder o nervosismo em sua voz. O policial Tristan tomou nota do fato e olhou para Alana.
"Você acha que essa criança está mentindo?", perguntou ele à assistente social.
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"Não acho", disse Alana, balançando a cabeça para a Sra. Campbell. "Acho que é a verdade. Tenho provas de que nenhuma criança permanece na casa dos Franklins por muito tempo, embora isso seja muito irregular, a menos que sejam adotadas, como Ben. Mas os garotos que ele acabou de mencionar, Peter e Charlie, foram para diferentes lugares de adoção. Isso vem acontecendo há anos."
"Você está fazendo acusações sem fundamento! Eu vou processá-lo!" ameaçou o Sr. Franklin.
"Não ouse ameaçar ninguém aqui, seu pervertido", disse Ray, tornando-se protetor novamente. "Você ficará na cadeia por muito tempo pelo que você, sua esposa feia e essa mulher horrível fizeram com muitas crianças. Dê uma olhada na casa deles, policiais. Eles provavelmente têm os vídeos."
O policial Tristan olhou para o policial Carson, que estava sem saber o que fazer. Os outros dois policiais estavam igualmente chocados, mas seus rostos mostravam repulsa aos Franklins agora.
"Não se importa se dermos uma olhada na sua casa, senhor?" O policial Tristan perguntou ao Sr. Franklin.
"O quê? Não, você não pode fazer isso sem um mandado", disse ele, perdendo toda a sua bravata.
"É a maneira mais fácil de esclarecer as coisas", continuou o policial. "Na verdade, temos seu endereço aqui mesmo neste documento, certo? Vamos agora mesmo." O policial Tristan começou a caminhar até seu carro, mas não foi muito longe.
"NÃO!" O Sr. Franklin exclamou e derrubou o policial no chão. Os outros correram para ajudar seu colega de trabalho.
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"Bem, Sr. Franklin, o senhor acabou de agredir um agente da lei", disse o policial Tristan, limpando as mãos enquanto se levantava. "O senhor está preso."
"O senhor não pode fazer isso!" gritou a Sra. Franklin.
O policial Carson franziu a testa para a Sra. Campbell e finalmente pareceu tomar uma decisão. "Essa prisão nos ajudará a conseguir um mandado. Srta. Alana, pode nos acompanhar até a delegacia para que possamos investigar as alegações?"
"Com prazer!", disse a assistente social e entrou para pegar sua bolsa.
"Devemos ir também?" Colleen perguntou a Alana quando ela saiu de sua casa.
"Não. Vocês ficam aqui. Proteja seus bebês", respondeu ela, dando um tapinha em seu ombro.
"Obrigado", disse Ray a ela com toda a veemência que conseguiu reunir.
"Sra. Campbell. Sra. Franklin. Sugiro que vocês dois venham conosco para a delegacia", declarou o policial Tristan depois que colocaram o Sr. Franklin na parte de trás.
"Isso é inaceitável!", disse a assistente social de forma petulante. "Carson, você me conhece há anos."
"Se você é inocente, não tem nada a temer", o policial deu de ombros e pediu que todos saíssem.
Depois de alguns minutos, todos os carros estranhos haviam desaparecido da entrada da garagem, e o silêncio era quase demais.
"Obrigado por chamar a polícia", disse Ray aos vizinhos novamente, enquanto Colleen se ajoelhava para olhar nos olhos de Ben.
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"Você foi tão corajoso. Tão bem falado. Tenho muito orgulho de você. Você pode ter salvado muitas outras crianças além de sua irmã", disse ela, tocando o rosto dele com carinho.
Finalmente, Ben perdeu a força e o menino começou a chorar. Colleen agarrou a menina e puxou o filho para junto de si com o braço livre. Ray se juntou a eles.
Ambos sabiam que o filho não estava mentindo e, com sorte, os policiais conseguiriam encontrar algo que pudesse colocar aquelas pessoas horríveis na cadeia.
"Vamos entrar", disse Ray finalmente. "Vou pedir uma pizza."
No dia seguinte, Alana ligou e explicou tudo o que havia acontecido na delegacia. Ela contou aos policiais o que sabia, o que não era muito, mas, surpreendentemente, o garoto que ela havia contatado finalmente ligou de volta. Ela pediu que ele fosse até lá para falar com os policiais, e ele concordou.
Seu nome era Colin e ele tinha estado com os Franklins por dois meses, quando tinha 11 anos, antes que a Sra. Campbell o mudasse. Colin dirigiu por horas e chegou à delegacia pela manhã, revelando tudo o que podia.
"Colin disse aos policiais que contou a verdade à Sra. Campbell, e ela o dispensou", explicou Alana pelo telefone. "Mas suas palavras foram mais do que suficientes para conseguir um mandado. Eles estão revistando a casa agora mesmo. Sei que encontrarão alguma coisa."
"O Sr. Franklin ainda está detido?" Ray se perguntou.
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"Sim, a esposa dele também está aqui. Cynthia foi embora", suspirou Alana. "Mas se ela fugir, isso só vai implicá-la ainda mais."
"Tanto faz", rosnou Colleen. "Espero que ela fuja e que a prendam por mais coisas."
"Sinceramente, Colleen", disse Alana. "Eu também espero. Eu a manterei informada, mas não se preocupe. Eles não vão incomodá-la novamente."
"Espere!" Colleen se lembrou. "Nós nunca perguntamos sobre o nome da menina".
"Oh!" Alana pareceu surpresa, mas satisfeita. "É Grace."
"Grace", disse Colleen, sorrindo pela primeira vez desde a noite passada. "Linda."
"Sim, ela é", concordou Ray.
"Sim, e se vocês quiserem, posso ajudá-los a adotá-la", declarou Alana.
Os olhos de Ray e Colleen se arregalaram ao mesmo tempo, mas eles se entreolharam e assentiram. "Perfeito", disse ela.
Os policiais encontraram tudo o que precisavam na casa dos Franklin, inclusive alguns vídeos com a participação da Sra. Campbell. As provas foram suficientes para acusá-los de abuso e de um crime ainda pior.
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O departamento de Alana passou por uma grande reformulação devido à investigação policial, mas a imprensa não se interessou pela história. Eles nunca entenderam o motivo, mas isso não importava. Eles podiam seguir em frente enquanto as três piores pessoas que já haviam conhecido iam para a cadeia por muitos anos.
Foi o melhor tipo de justiça... algo que raramente acontece nesta vida.
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Este artigo foi inspirado em histórias da vida cotidiana de nossos leitores e escrito por um escritor profissional. Qualquer semelhança com nomes ou locais reais é mera coincidência. Todas as imagens são apenas para fins ilustrativos. Compartilhe sua história conosco; talvez ela mude a vida de alguém. Se quiser compartilhar sua história, envie-a para info@amomama.com.
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